Quinto elemento

Quinto Elemento

150 x 150 cm

Tinta acrílica, bastão de oléo e colagem s/ madeira

Sonho de Voo I

Elementos I

Elementos I, II, III, IV, V e VI

70 x 50 cm

Tinta acrílica, bastão de oléo e colagem s/ madeira

Elementos II
Elementos III
Elementos IV
Elementos V
Elementos VI

Sobre o vôo, e o vôo na obra

Pensemos, antes de mais, no vôo como o movimento que eleva e nos tira os pés do chão. A impossibilidade do vôo é talvez um dos motivos de maior inquietação para os homens, um dos desejos mais primitivos e mais distantes da condição de se ser humano. Não foi o homem, de modo nenhum, concebido para voar. Contudo, a ideia de aproximação a uma tal esfera (bem acima da terra) parece inebriar-nos com sentimentos de leveza e de liberdade; e esses são, possivelmente, os sentimentos que mais procuramos estabelecer em nós de um modo estável, mais ou menos permanente. A condição humana sujeita-nos a um lugar de relação com a vida e com o mundo ao nível do chão e apenas a posição vertical nos deixa, de certo modo, lidar com o ar, mas a uma altura que não perspetiva o todo, que apenas se mistura com ele.

O desejo do vôo está certamente relacionado com a impressão de aprisionamento causada por essa forma de vida a que estamos sujeitos. Porque naturalmente procuramos algo fora da vida – mesmo que nada possamos encontrar para além da vida -, mas que a sustente, no sentido de uma harmonia e do apaziguamento. O mais interessante é que, não sendo essa condição verdadeiramente ultrapassável, em termos físicos, a elevação possa trabalhar-se ao nível da consciência. Podemos pensar simbolicamente numa elevação que nos tira do chão, para que a ele voltemos, depois, livres do que antes nos toldava a visão e nos empurrava para o mundo denso das coisas e dos acontecimentos, sem nenhuma saída.

Saber voar deve então prender-se, sobretudo, com a capacidade de elevar o pensamento até aos valores mais leves, procurando uma visão mais aberta que dilua as fronteiras do conhecido, para alcançar um espaço maior, onde mesmo os movimentos do corpo parecem libertar-se das forças que nos determinam a postura, o ritmo, etc. Isto é talvez o que mais interessa à pintura. E também a nós, outros homens, observadores e que a partir do trabalho da artista, podemos – reconhecendo o movimento que ela procura e nos oferece – usar a sua pesquisa a favor o nosso próprio ensaio (para o vôo). É um ponto de partida como qualquer outro.

Porque se essa efetivação não acontece do modo esperado, ela permanecerá para sempre na obra, dentro dela e fora dela, na consciência da autora e na experiência de quem vê. A não efetivação do vôo alimentará sempre o trabalho, até que se transforme, através dele, pela mão da Mónica, na apresentação de outras pesquisas e de outros movimentos de compreensão da vida como a expressão de uma relação.


Maria Joana Vilela, 2019



A miniatura é uma das moradas da grandeza I

A miniatura é uma das moradas da grandeza I, II, III, IV, V e VI

42 x 30 cm

Tinta acrílica, materiais riscadores e colagem s/ papel

A miniatura é uma das moradas da grandeza II
A miniatura é uma das moradas da grandeza III
A miniatura é uma das moradas da grandeza IV

Elementos I, II, III, IV, V e VI

70 x 50 cm

Tinta acrílica, bastão de oléo e colagem s/ madeira

A miniatura é uma das moradas da grandeza V
A miniatura é uma das moradas da grandeza VI
Água e Ar

Água e Ar

145 x 100 cm

Tinta acrílica e bastão de óleo e colagem s/ tela

Terra e Fogo

Terra e Fogo

145 x 100 cm

Tinta acrílica e bastão de óleo e colagem s/ tela

Se no céu as imagens são pobres, os movimentos são livres

Se no céu as imagens são pobres, os movimentos são livres

200 x 210 cm

Tinta acrílica e bastão de óleo e colagem s/ tela

O ser que sobre vê apagarem-se os contornos do abismo

O ser que sobre vê apagarem-se os contornos do abismo

40 x 120 cm

Tinta acrílica, guache e materiais riscadores s/ papel

Montagem da exposição Sonho de Voo,  Adega 23, Castelo Branco, 2019, Monica Mindelis
Montagem da exposição Sonho de Voo,  Adega 23, Castelo Branco, 2019, Maria Joana

Sonho de Voo,  Adega 23, Castelo Branco, 2019


Série: Sonho de Voo I

Ano: 2018 e 2019


Fotografia: Bildstudium