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De todos os fenómenos, é realmente o único capaz de receber tão nitidamente as duas valorizações contrárias: o bem e o mal. Ele brilha no Paraíso, abrasa no Inferno. É doçura e tortura. Cozinha e apocalipse.” – Bachelard, Psicanálise do Fogo
O meu trabalho inicia-se a partir de investigações e reflexões teóricas e desenvolve-se por séries a fim de se explorar até ao limite possível cada um dos temas.Em particular, nas últimas séries que tenho vindo a produzir, o trabalho orienta-se pelo elemento Fogo. Para Heraclito, o fogo é uma metáfora para a vida. Todas as coisas se transformam em fogo, e o fogo transforma-se em todas as coisas. Para Bachelard, o Fogo encapsula a unidade das dualidades. O explorar destas ideias traduz-se visualmente na tentativa de encontrar o equilíbrio dos opostos, de encontrar o Um: cima-baixo, quente-frio, linha-mancha, ruído-silêncio, força-fragilidade, corpo-alma, camadas-subtração.
A linha ajuda a estruturar, a organizar e a dar ordem ao caos, embora possa, ela mesma, ser simultaneamente a expressão do caos, onde é preciso desequilibrar para reequilibrar. A linha é a “corda-bamba” e o esforço necessário para aí manter-se em equilíbrio.
A cor é uma decisão plástica feita de espessura, de peso e densidade poética. É o resultado do diálogo interno com a exteriorização possível, um gesto de resposta.
Em muitos momentos – e principalmente pelo processo, uma vez que há peças que depois de produzidas e expostas, são destruídas porque já cumpriram o seu propósito – faz-se necessária a tridimensionalização, o culminar de uma exploração tátil de materiais e formas, uma outra densidade material e metafórica.
A construção de objetos traz a mudança do campo/lugar de observação e de recepção das imagens.
1978, São Paulo.
Vive e trabalha em Lisboa.
FORMAÇÃO ACADÉMICA
2001 – Faculdade Santa Marcelina – São Paulo Artes Plásticas
2006 – ETIC – Lisboa Design Gráfico.
2011 – Sociedade Nacional de Belas Artes – Lisboa Pintura
EXPOSIÇÕES COLETIVAS
2021 – SINE QUA NON / Galeria NAVE, Lisboa.
2019 – Palimpsestos, Zet Gallery, Braga.
2016 – Territórios / Galeria Miguel Justino, Lisboa
2015 – Entre o Sul e o Oeste, a Arte Portuguesa de Hoje / CAC de Málaga
2014 – Como se fosse a primeira vez / Galeria Miguel Justino, Lisboa
2013 – 17a Bienal de Cerveira / Fundação Bienal de Cerveira, V. N. Cerveira
2012 – Cara ou Coroa / Bloco 103 Contemporary Art, Lisboa.
2011 – 16a Bienal de Cerveira / Fundação Bienal de Cerveira, V. N. Cerveira
2003 – Site-specific, curadoria de Shirley Pães Leme / FUNARTE, São Paulo.
2002 – Mail Art / Castel San Pietro Therme, Bologna.
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
2021 – ENTRETANTO / Sociedade Nacional de Belas Arte, Lisboa.
2020 – Não acordes o Dragão / Galeria NAVE, Lisboa
2019 – Sonho do Voo / Adega 23, Castelo Branco.
2013 – Dentro Desta Barafunda de Pinceladas / Chiado Underscore, Lisboa.
2012 – Mónica Mindelis / Bloco 103 Contemporary Art, Lisboa.
RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS
2020 – Aliança Artesanal, convidada para desenvolver projeto de Arte inspirado na temática do Lenço dos Namorados, inserido no programa Amar o Minho / curadoria Helena Mendes Pereira, Vila Verde.
2020 – Plataforma das Artes, convidada para desenvolver projeto de Arte Pública inserido no programa Amar o Minho / curadoria Helena Mendes Pereira, Guimarães.
PRÉMIOS
2011 – Bienal Internacional de Pintura / Fundação Rotária Portuguesa, Covilhã Menção Honrosa
2010 – Concurso de Pintura / Inatel, Foz do Arelho Primeiro Lugar
2000 – Concurso Ocupação Galeria Mário Schenberg / FUNARTE, São Paulo Artista seleccionada
COLECÇÕES
Imago Mundi, de Luciano Benetton, Itália.
Sociedade Nacional de Belas Artes, Portugal.
Trabalho publicado Le Monde Diplomatique (Portugal e Angola) – 2011
Trabalho publicado Le Monde Diplomatique Portugal – 2021